“Gosto de perceber que as dores são cada vez mais rapidamente superadas.”

(Caio Fernando Abreu)

Espaço Aberto!...

"Um dia me dei conta de que, para continuar crescendo,

era urgente iniciar uma faxina dentro de mim.

Eu precisava de mais espaço aqui dentro e,

no entanto, havia muitas lembranças

inúteis e indesejáveis ocupando o lugar

da alegria e dos sonhos.

Um canto estava abarrotado de ilusões,

papéis de presente que nunca usei,

algumas mágoas, risos contidos e livros que nunca li.

Espalhados por todos os lados haviam

projetos de vida abortados e decepções.

Abri o armário e joguei tudo no chão.

Foram caindo: desejos reprimidos, olhares de crítica,

palavras arrependidas,

restos de paixão e ressentimentos estúpidos.

Mas haviam coisas importantes no meio de tudo:

um brilho de esperança, o amor maduro,

algumas boas gargalhadas, momentos de ternura e paz,

desafios e bastante amizade.

Não havia dúvida, bastava jogar no lixo

tudo que não servia mais para que eu continuasse crescendo.

E depois, tratei de varrer

todas as recordações empoeiradas,

passei um pano nos ideais,

pendurei os sentimentos nobres na paredes mais claras,

guardei nas gavetas todas as boas lembranças,

perfumei a criatividade e abri a porta

para que o meu espaço fosse invadido

por algo que estava faltando para o meu crescimento pessoal:

a capacidade de recomeçar.


*Autoria: [Luciano Luppi]*

"Fica estabelecida a possibilidade de sonhar coisas impossíveis e de caminhar livremente em direção aos sonhos"

Luciano Luppi

"Vivo tão intensamente o momento presente que quase chego atrasada ao momento seguinte."

Rita Apoena
"Quem se apega ao passado fica estagnado. O passado deve ser um trampolim, não um sofá."


Harold MacMillan

♥AMOR MAIOR DO MUNDO♥

Propaganda do Amor ou Amor de Propaganda

Há casais contra qualquer ostentação. Não realizam propaganda do seu amor. Não narram vantagens, não se elogiam em público, não descrevem o que ele ou ela preparou de especial na noite anterior, não geram ciúme, muito menos inveja entre os amigos. Não se derramam em abraços de aeroporto em cada esquina.

São os casais ideais, certo? Talvez durem para sempre, o que não traduz perfeição.

Não há como ser feliz sem merchandising do que se está vivendo. Sem morder a língua. Sem fofoca. Sem contar um pouco mais. É pensar e divulgar.

O amor é público, desde quando se estendeu a mão pela primeira vez com muito nervosismo para andar na rua com ela.

Não existe como disfarçar. Sensibilidade controlada é indiferença.

Um dos graves traumas afetivos é a falta de amor pelo amor.

Os pares se amam, mas estão descontentes por amar. Não desejavam estar amando. É um amor contrariado, um amor dissidente. Como uma maldição: Por que foi acontecer comigo logo agora?

É como se a companhia não fosse apropriada. Ou que não devia ter surgido naquele momento, é bem capaz de atrapalhar os negócios ou a vontade de viajar e de ser livre. Ou porque é diferente e não responde automaticamente. Perderemos tempo, perderemos a agilidade que tanto nos caracterizava.

Não se enxergam abençoados, e sim traídos pelo destino. Não tratam de alardear seu relacionamento como um feriado de sol. Por receio ou insegurança, não se orgulham da companhia. Nunca falarão: estou com quem sonhei, é perfeito para mim.

Não identificam que já têm o mais complicado, que o restante é simples: um cartão, um torpedo, uma cartinha, uma lembrança, um prato predileto, um capricho, um colo.

Amam ao mesmo tempo em que odeiam. Amam ser, odeiam estar. Por aquilo que a convivência exige, pelo mal-estar de uma conversa truncada, pelo ciúme passivo e sempre existente, pela necessidade de telefonar e de se apaziguar, pela dependência ruidosa e ávida.

Quem ama alguém, mas odeia o amor não terá paciência. Entrará num clima de cobrança permanente, de suspeita irremediável. Conhece como o par fica irritado e trata de testar os limites. Não agrada para criar contrariedade e arrecadar sinais do fim. Quer se livrar do amor, não do outro, mas o amor está no outro que acaba pagando a conta.

Não consegue se separar, tampouco se entrega verdadeiramente.

Quando está em paz, enlouquece. Quando está estressado, age com distração e depois reclama da cobrança. Ou cobra a cobrança. Ou antecipa a cobrança que não viria. A briga está condicionada a uma postura catastrófica. Mobilizado a provar que não tem mais jeito. Em vez de elogiar, reclama. Em vez de se declarar, ironiza. Em vez de confiar, pragueja.

A mulher pode amá-lo, o homem pode amá-la, só que ambos não amam o próprio sentimento. Cada um não se ama por amar. Não basta amá-la, tem que se amar por amá-la. Não basta amá-lo, tem que se amar por amá-lo.

Mas a reflexão não termina por aqui. Caso contraiu piedade do que não ama o amor, há ainda um tipo mais terrível: aquele que ama o amor, mas não ama seu parceiro. Ama seu modo de amar e não aceita mais nada. Faz o amor de propaganda, que é o contrário de fazer propaganda do amor. Experimenta um delírio romântico. Tudo o que o outro oferece não é do jeito conhecido, portanto não serve. Alimenta uma insatisfação constante, autoritária, como um diretor que recusa o improviso de seus atores e manda repetir a cena. Não reconhece os gestos mais naturais e singelos. Sufoca o que vive de fato pela pressa de um cartão-postal. Funciona na base do escândalo: da serenata na janela, da Kombi do aniversário, dos presentes imensos e das provas vistosas. Será insaciável, pressionando para receber o que somente ele imaginou (e nunca confessou).

É um desalmado da privacidade, um amante genérico, porque ama demais a si para amar quem quer que seja.

"Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre..."

Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples!

Manuel Bandeira
Amar e ser amado...
Tão lindo isso né?!? Porém tão distante de mim!
Sinto pavor só de pensar em ter alguém ...
Mas um nó na garganta só de pensar que não tenho um certo alguém,
como pedir ajuda quando nem você sabe o que quer?
Entender o coração é quase que uma missão impossível,
Deixar ele seguir seus passos é quase que um suicídio!
O amor é confuso...
Meus sentimentos me assustam,
fujo quando não sei lidar com a situação,
toco minha vida como se nada acontecesse,
faço de tudo para não deixar transparecer o que realmente sinto,
mas sou traída pelos meus atos, pela minha alma.
E meus sonhos? Ahh sonhos que não me deixam esquecer o que eu quero, e o que eu sinto.
Insistem em jogar na minha cara a realidade.
Estou em conflitos comigo mesma...
Todos os dias nego o que é tão obvio!
Pq tenho tanto medo de assumir algo que é tão bonito?!?!